29.8.10

Dá Licença

— Dá licença, larga isso, um momento. Posso perguntar seu nome?

É tanta pose, é tanta fumaça que eu não consigo ver, não consigo conhecer. Réstias de sol que escapam por entre as nuvens mais vacilantes. Um cativeiro imaturo pr'essa pressa de criar.

— Dá licença, caro amigo, posso te invejar?

Meu tempo é pouco. Meu tempo foi muito. Quisera eu, há anos, estar tantos passos à frente. Em verdade, não. Não teria a mesma coragem.

— Dá licença, irmão, posso lhe falar?

Cante esse ímpeto para fora de você e viva mais suavemente. A vida é como um beijo. Seja dela o amante carinhoso.

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