26.9.08

Veneno

Seja voando sobre uma raquete de tênis
Numa torrente de ar
Ou ao lado de toda a prata
O mesmo frio ardente me sobe

Um veneno incrustado na sola dos meus pés
Que de tanto serem pés
Deixaram de funcionar
E passaram a reclamar

É esse veneno que me traz toda a inspiração
Que me destrói por dentro
Só pra me ver renascer em silêncio

E mergulho pra dentro da água
Pra fora do mundo
Pro meio do Universo

21.9.08

Derrotismo e um pouco de vinho falso

Eu perdi
Perdi antes de tentar
Perdi antes de provar
Perdi
Quando a porta do quarto abrir
Quero estar morto no chão.

18.9.08

11.9.08

Pourquoi suis-je moi?

E no fundo
Bem lá no fundo
Quando aquela música toca
E te arrasta pr'aquela mesma manhã

Ainda que não fosse a manhã ideal
E nem sequer fosse uma tarde
Um tarde perfeita
Ou simplesmente uma tarde

Em que a luz matutina
Revoltosa, recusava-se a mostrar o rosto
E deixar que outros rostos se mostrassem

E que tudo isso viesse numa torrente de esquecimento
De nostalgia
De arrependimento

8.9.08

Ânimo.

Me abate um cansaço
Da inconstância das coisas, da
Inconsistência
É como ir e voltar sem
Poder optar por
Parar
E respirar, na
Maioria das vezes

Me abate um cansaço
Da velha prática, do
Automatismo
De gente feita em
Fábricas
De gentes
Com seus sorrisos de
Plástico
E risadas
Piratas
Escolhidas

Me abate um cansaço
De tudo que vejo, de
Tudo que sinto
E até do
Invisível e do
Intangível e,
Ainda mais,
Do ininteligível

Abateu-me o cansaço
Presa fácil