20.8.10

Cadeira de Balanço

Era fim de tarde e, entre uma brisa e outra, uma das árvores se voltou para a outra com um olhar carinhoso. Orgulhavam-se, as duas, de suas raízes, estas tão profundas raízes. Anos e mais anos de sóis, chuvas e ventanias gravados na terra.
Os galhos oscilaram.
Os troncos gastos, marcados por toda sorte de intempérie, quase se inflavam na respiração ruidosa de duas criaturas senis. Era um choro silencioso que se alternava com o canto submisso das décadas cansadas que haviam se arrastado.
Novamente, o vento carregou os ramos.
Comemoravam. Era a celebração da velhice. Juntos, até que o fim raiasse.

Um comentário:

N. M. disse...

linda linda linda linda p-o-e-s-i-a