22.4.09

Alma Encravada

Acordei cedo pra ver o circo pegar fogo
Pra me morrer mais um pouco
Esquecer o que é sentir demais, falar demais
Fingir pra tudo que estou rouco

Deitei-me tarde pra me enganar
De pouco em pouco, tudo vira chumbo
Teu riso vivo, meu pouco brio
Fecho meu peito, escondo o bumbo

"Me dá sua mão", deixa medir
Meus dedos vagos nos teus; ruir
Esconde o medo, prolonga a tarde
Já era, meu bem, sem mais alarde

No entanto, por fim me alegro
Se minhas costas rejeitam novos pianos
A caneta é meu alívio, abrigo, escape
Sem pretender, sou mais um entre levianos

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